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Carlos Nunes Entrevistado por Treinadores do Brasil



O bate papo e capa desta noite é com o nosso amigo: treinador Carlos Nunes.
Um treinador com uma carreira vitoriosa, cheias de conquistas, principalmente no estado do Parana.

O amigo é em extremo conhecedor do futebol paranaense, onde já dirigiu várias equipes do estado, tendo conquistado acessos e títulos no futebol paranaense. Temos visto algumas equipes surpreenderem as equipes consideradas grandes, inclusive ganhando títulos, como no caso do Operário Ferroviário e do Londrina.

TB.: Como o amigo tem visto a evolução destes clubes, considerados “pequenos” dentro do campeonato paranaense?

C.N.: O Londrina foi campeão, pois já vinha de um trabalho à longo prazo, deste o tempo que a SMS Sports deixou o clube do Iraty e assumiu o clube do Londrina, trazendo na bagagem alguns atletas como Silvio e Bidia com quase 10 anos no projeto. Sem contar que o seu treinador Claudio Tencati, está no comando da equipe desde 2010.
Já o campeão de 2015, Operário Ferroviário teve competência para tal, sob o comando do treinador Itamar Schuller que juntamente com a diretoria traçaram metas e objetivos, conseguiu montar um elenco unido e comprometido com o projeto, conseguindo assim êxito no planejamento de 2015. Mas vi como um ponto de desatenção, não ter trabalhado uma base para o estadual de 2016, uma vez que focaram todas as atenções no acesso a Serie C. Neste caso eu temeria o fracasso ano seguinte, pois o sucesso do titulo iria valorizar o grupo, podendo gerar perda de atletas de qualidade e precisaríamos ter uma base forte para o paranaense 2016.
Quanto a evolução destes clubes: simplesmente vejo como um bom momento vivido dentro do campeonato, pois não existe ainda um trabalho na base, posso citar o Maringá que foi bem em 2014/2015 e em 2016 foi rebaixado.
E o Operário campeão em 2015 em 2016 caiu direto, começou o campeonato mal e não conseguiu reagir para fugir do rebaixamento. É importante dizer que a diretoria diz que tudo 
isso serviu como aprendizado e tem todo tempo para consertar qualquer duvida.

O amigo teve recentemente uma passagem pelo futebol carioca, onde esteve comandando a equipe do São Cristóvão-RJ, na série B do campeonato carioca. O campeonato da série B carioca é uma competição dificílima, onde se tem poucos recursos financeiros e nem todos os clubes tem uma estrutura considerada a ideal, para se realizar um bom trabalho.

TB.:Qual a avaliação que o amigo faz, de sua passagem pelo São Cristóvão-RJ?

C.N.: São Cristóvão-RJ foi uma passagem marcante, apostei tudo nesta oportunidade de trabalhar num clube do estado que me criei e onde fui atleta em 1982. Mas me surpreendi como a atual estrutura do clube, não mudou nada desde 1982. Um clube que hoje leva a marca de fabrica do fenômeno. As condições de trabalhos lá, eram mínimas e os problemas ainda são muitos e na minha concepção, vai demorar para alguém perceber que o São Cristóvão é um clube centenário, campeão carioca e que tem um conselho deliberativo atuante e exigente. E que leva em sua gola da camisa a marca: fabrica do fenômeno. Mesmo assim, deixei um bom trabalho dentro do clube dos cadetes carioca.

Os campeonatos estaduais estão terminando e com isso, muitos clubes ficarão sem atividades no segundo semestre. Uma das alternativas para manter os clubes e os atletas em atividade são as copas estaduais, entretanto, as direções dos clubes sempre alegam que essas copas geram prejuízos financeiros aos clubes. Algo que vejo de positivo nas copas estaduais é o fato de quando se termina a copa, se tem uma base praticamente pronta para a próxima competição.

TB.: Como o amigo vê a situação dos clubes e dos atletas, diante da falta de calendário para o segundo semestre?

C.N.: É terrível você não ter emprego após o estadual, fica aquele vazio, sem saber o que fazer no dia seguinte.
As federações não ajudam com nada, tudo é muito caro e os clubes sem verbas e sem expectativas se acovardam, pois não veem a copinha com bons olhos, apenas lembram-se do prejuízo que ela possa causar. Devido a problemas financeiros a nossa copinha paranaense estava extinta desde 2007.

Hoje em dia temos muitos treinadores estrangeiros, trabalhando no futebol brasileiro, entretanto pelo que tenho acompanhado eles não tem conseguido resultados expressivos nas 
equipes que estão dirigindo.

TB.: Como o amigo vê essa abertura do futebol brasileiro para os treinadores estrangeiros?

C.N.: Não tenho nada contra, nem sou bairrista. Mas os estrangeiros ainda não foram grandes vencedores e sinceramente temos grandes treinadores no Brasil, mas de vez em quando, é bom mudar os rostos e ter cara nova no mercado.
O que tem dificultado para os estrangeiros é a falta de resultado no Brasil e sem resultado nem o mestre dos magos segura o cargo.

O futebol brasileiro vem atravessando uma crise financeira que vem de longa data, e se os clubes não tiverem bons administradores em suas gestões, os clubes sempre acabarão o ano com um saldo negativo, muitas vezes deixando de honrar seus compromissos com atletas e treinadores. Alguns clubes que migraram para o modelo Clube Empresa, tem se saído financeiramente bem mediante ao cenário do futebol brasileiro, pois seus planejamentos são a médio e longo prazo, priorizando o planejamento e não o resultado de imediato.

TB.: Como o amigo vê a situação do clube empresa no Brasil e se pode citar algum exemplo de equipe que tenha utilizado esse modelo e tenha conseguido alcançar sucesso?

C.N.: Penso que seus gestores tem que pensar primeiro no clube, pois eles estão só passagem e o clube permanece.
Posso ver como exemplo o Atlético Paranaense, o clube que mais cresce no Brasil e seus gestores realmente pensam no clube, é só acompanhar a logística do clube encabeçada pelo
Sr. Mario Celso Petraglia, claro que o clube tem toda uma diretoria e o Atlético esta ai, seguindo de bem com a vida. 
Situação financeira do futebol brasileiro??? Sempre falido e com problemas, somos pentacampeões e tivemos grandes jogadores que mudaram a historia do futebol. Mas com a modernidade, o investimento e a seriedade dos europeus, essa pagina de penta, com certeza mudara de lado.
Temos também que ser mais profissionais e vejo que os trabalhos de fundamentos da base já estão fazendo falta.

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